sexta-feira, maio 06, 2011

Abril 30°

Abril 30º
.~.

Poemas bordam os céus,
Flores adornam vestidos.

No asfalto, nuvens deslizam;
agasalham os corpos expostos nas ruas,
misturam-se à poeira grudada nas janelas.

O tempo, senhor absoluto,
transborda lembranças
nas horas de amar.

Ventos levam pecados
escritos atrás dos muros,
almas perdidas acordam
na cidade vazia.

Poetas soltam azuis,
escrevem/descrevem
as formas das pedras
que ouvem as súplicas
carregadas de medo.

Soam as palavras.
Alucinadas,estalam
entre os lábios.

Desvairado, abril passa,
Colhe nas sombras das casas,
canções guardadas
numa tarde 30°.