quinta-feira, junho 21, 2012




Desfazem-se as marcas
nas arcas do tempo.

Ventos novos chegaram.
Levaram o lodo colado
no bronze das estátuas,
guardiães do quartéis.

Não apagaram as estrelas,
da memória dos coronéis.

Nas ruas estavam os canhões.
Nas praças,as mãos abertas
pediam paz e pão.

Disparavam palavras de ira
dentro das casas fechadas
no mapa latino-americano.

Revoltas armadas...
cortinas de fumaça.

Nos ares,cacos de telha,
cavalos trotando nas pedras,
ferros retorcidos,
pneus em chamas.

II

Bocas nervosas,
sopram a coragem,
desfazem o medo.

{Muros e corpos foram ao chão}

III

Aprisionados,
sugam os pássaros,o orvalho.

Escrotos devoram as flores,
assassinam as árvores.









quarta-feira, junho 13, 2012

Poema Ridículo


É ridículo guardar
as páginas dos livros
que lias e rasgavas.


Ouço o eco das palavras
quando vias teu nome no sangue
dos pulsos quebrados.

É rídículo eu sei.

Mas se te esqueço,
mais vazia é a sala
onde sonhavas.


Mais ridículo ainda,
é vestir de saudade
o som dos poemas
que não lembravas.



Ainda leio teu nome
gravado nas pedras
das ruas por onde
passavas.

sexta-feira, junho 08, 2012

À espera do sábado




Manhãs carregadas de chuva,
abraçam o amor e as flores.

Deus desce do paraíso,
ouve e escreve recados.

Anjos tocam guitarras
à sombra das árvores.
os versos das canções
soam sem lágrimas.

Iluminado e perfeito,
o dias vestem as cores
e os corpos nas ruas.

Olhares e frutos
dialogam nas mesas.
Amigos desenham
as rotas do sol.