sexta-feira, novembro 26, 2010

Indagações

Seria ridículo se Jesus Cristo
usasse gravata e sapatos da Gucci.

Quantos homens oram em ternos bem cortados?
Quantos homens oram em sandálias de pano?

Quantas mulheres guardam nas bolsa
raros terços de pérolas raras?

Quantos homens oram mergulhados nos olhos de Nossa Senhora?
Quantas mulheres lavam as sujeiras dos pés dos mestres?

Quantos gays aplaudem as formas perfeitas do corpo de São Sebastião?

Ó, Senhor! Ensina-nos a viver astuas palavras e a vivenciar boas ações.

sábado, setembro 18, 2010

Nau Azul

A nau azul navega
no azul dos olhos.

Contemplo o horizonte,
ouço a despedida do sol.
Saudosas, velhas senhoras,
vestem as cores lusitanas.

A melancolia dos fados,
espalha-se no ar das caravelas.
Meus braços deslizam no mar,
embriago-me, cortando as nuvens.

quinta-feira, setembro 09, 2010

O Adeus

afoguei-me em prantos.
Dúvidas e esquecimentos
espalhei no ar impuro.

Caminhando em círculos,
faço fogueiras com vestidos
esquecidos no varal.

Lágrimas apagam desejos,
cegam meus olhos.

O doido amor se foi.

Cheio de si, nada sabe de mim:
minh'alma, longe acorda na escuridão,
e se perde na ausência dos céus.

sábado, maio 08, 2010

Quando o nome raiar

me viro
no leito
no ar

as horas
alongam
os olhos.

pescam
piscam
almas

um rio
largo

caminho
aberto
no ar

move
liga
fios
ao nada.

Eu choro
um poema

num dia
quando

meu nome
raiar.

terça-feira, abril 27, 2010

segunda-feira, abril 19, 2010

sábado, abril 10, 2010

O menino da minha rua usava longos cabelos dourados. No quarto contemplava a luz de velas e ouvia os compositores da renascença.De olhos fechados, estava conscciente de não pertencer a esse mundo.
Ao receber visitas, abria intervalos nas conversas,para citavar o nome dos astros e planetas,temas estes tão familiares.Conhecia as palavras dos profetas e filósofos de um tempo distante. Ao voltar das viagens astrais, mostrava-se cálido e iluminado. A eternidade estava nos olhos.

terça-feira, abril 06, 2010

Desvio (concreto)

Não gos

to

des

se des

vio.

Dessa árvore nas

c
u

r
v

a

s

desse rio.



Olhos
são faróis
iluminam
um sonho
um navio
palavras
molhadas
na mar gem
dum rio.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Confetes


Vago no tempo,
espero flores e abraços.

Fecho portas e janelas,
Abro gavetas
onde guardo as cartas
de amores embriagados.

Leio, releio.
Choro tanto!

Vou ao espelho,
seco meus olhos,
murmuro palavras
cortando as sílabas.

Gargalho, danço,
ouço tambores.
Deuses meninos
cantam alegrias
e dores da África.


Meus lábios sopram
poemas nos muros,
e no vazio da sala.

No corpo deitado,
suores,saudades,
confetes mofados.

sábado, janeiro 30, 2010

Gentilezas (Para Ana Cristina Cezar)


Para Ana,
ondas no aquário,
o mar, os peixes,
o mundo dourado.

Para Cristina,
árvores, laços, sedas,
vestidos bordados.

Em cores,
anos gelados.
Em cena:
fotografias,
poemas,retalhos.

No calor das manhãs,
porcelanas imperiais,
musse de manga,
colheres de prata.

Para Cezar,
flores, cristais,
olhos acesos
no azul da sala.