terça-feira, dezembro 25, 2012

Não me abandones agora

Não me abandones agora.
Não há espaço, nem hora.


Espero que venhas aos lugares
onde habito e escrevo poemas.
 

domingo, julho 22, 2012

Sara Vaughan


O sol ilumina a alma.
Pássaros ouvem nuvens.
 dentro das horas...

As mãos escrevem;
 embalam a tarde;

 Numa janela ouvem
 Sara Vaughan.

Passo  o domingo a dedilhar
 o tempo  no computador.

segunda-feira, julho 09, 2012

Coberta de Filó

Ela


 Dormem vestida de renda e filó.
Não pula, não fura fila; educada,
pede licença, entra na loja.

Assobia em fá,
em si, em dó.

Sem faca,
sem bala,

 sem fuzil,
usa apenas
um anel.



No quartel,
 vê soldados.
Todos soltam
assobios.

Sopra poeira cor de rosa,
decora a poesia grafada
no muro nas estradas do Brasil.



O sol nos morros



O sol invade quintais;
retarda a chuva no teto,
ilumina as casas de lona,
 caixas de papel e lata.

Um samba de Noel
embala o ar, alegra
o escuro dos morros.

Doura as mãos,
os rosários das senhoras.
Melhoram os dias sem sal,
água, açucar e pão.

Recolhem a batucada,
as vozes do samba.

Nos becos
poetas rimam
 humor e flor.

quinta-feira, junho 21, 2012




Desfazem-se as marcas
nas arcas do tempo.

Ventos novos chegaram.
Levaram o lodo colado
no bronze das estátuas,
guardiães do quartéis.

Não apagaram as estrelas,
da memória dos coronéis.

Nas ruas estavam os canhões.
Nas praças,as mãos abertas
pediam paz e pão.

Disparavam palavras de ira
dentro das casas fechadas
no mapa latino-americano.

Revoltas armadas...
cortinas de fumaça.

Nos ares,cacos de telha,
cavalos trotando nas pedras,
ferros retorcidos,
pneus em chamas.

II

Bocas nervosas,
sopram a coragem,
desfazem o medo.

{Muros e corpos foram ao chão}

III

Aprisionados,
sugam os pássaros,o orvalho.

Escrotos devoram as flores,
assassinam as árvores.









quarta-feira, junho 13, 2012

Poema Ridículo


É ridículo guardar
as páginas dos livros
que lias e rasgavas.


Ouço o eco das palavras
quando vias teu nome no sangue
dos pulsos quebrados.

É rídículo eu sei.

Mas se te esqueço,
mais vazia é a sala
onde sonhavas.


Mais ridículo ainda,
é vestir de saudade
o som dos poemas
que não lembravas.



Ainda leio teu nome
gravado nas pedras
das ruas por onde
passavas.

sexta-feira, junho 08, 2012

À espera do sábado




Manhãs carregadas de chuva,
abraçam o amor e as flores.

Deus desce do paraíso,
ouve e escreve recados.

Anjos tocam guitarras
à sombra das árvores.
os versos das canções
soam sem lágrimas.

Iluminado e perfeito,
o dias vestem as cores
e os corpos nas ruas.

Olhares e frutos
dialogam nas mesas.
Amigos desenham
as rotas do sol.

segunda-feira, maio 28, 2012

A Dor

a dor arranha assanha

assa corta a palavra 
aflita marcada nos pés.


a dor apanha a alma
na rua vazia.

segunda-feira, maio 14, 2012

fadas de Pano




As fadas de pano,
tem nos lábios a alegria
de um mundo imaginário.

No espaço, no tempo,
guardam memórias
e estéticas coladas
na linha da vida.

Giram, esperneiam,
movimentam as horas
dos relógios antigos.

Multiplicam-se nas cores
 dos vestidos de tule,
navegam os mares
onde nascem os dias.



Ensaiam passos e cantigas
nos porões mofados do tempo.

São fiéis aos olhos
que guardam poemas.

Atravessam os dias,
os ventos soprados
na boca das almas,



nas águas dos rios,
na alvura das redes
onde pescam amores.









sábado, março 03, 2012

Ensaio um Poema

Ensaio um poema
onde as águas de março
levam longe a poeira
das ruas.

Os versos não guardam
o ódio dos homens.

Com fitas azuis,
belas mulheres
bordam o mar.

Carrega o vento,
as cores do chão.
Traçam promessas
feitas em vão.

Falam as roupas
num tempo de missas
rezadas no muro.

Pessoas apressadas
assobiam no escuro.

Lambem as pernas,
pedras lavradas,
ossos molhados
e duros.

Ensaio um poema
de óculos escuros.

Cortadas na chuva,
renascem as árvores
num solo impuro.